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Entre a cruz e a espada: Aglomerar contra o governo é o mesmo que a multidão a favor
Foto: Francis Juliano/ Bahia Notícias

Entre a cruz e a espada. Não é uma cruzada medieval, mas sim a forma como as manifestações que aconteceram neste final de semana podem ser interpretadas. Depois de diversas críticas ao grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro por provocarem mobilizações em meio a pandemia, os adversários dele fizeram o mesmo. Para seguir caminhos similares à trincheira das redes sociais: "enfim, a hipocrisia".

 

Não que não existam motivos para criticar a gestão federal durante a pandemia. Sobram, inclusive. Porém movimentos sociais e adversários políticos incorreram no erro dos atos a favor de Bolsonaro. Não há movimento ordeiro quando se reúnem centenas ou dezenas de pessoas. Há aglomeração e ponto. Fingir que isso não se torna um foco de disseminação do coronavírus chega a ser insulto à inteligência alheia. Fez-se uma opção clara. Agora é preciso arcar com os eventuais impactos políticos dela.

 

Para quem é antibolsonarista, o esforço foi justificável. Enquanto o governo segue negacionista, os números não param de crescer e a pandemia segue fora de controle. Encontrar uma forma de vociferar isso publicamente é o desafio dessa geração que foi engolida pela mobilização da bunda sentada no conforto dos lares. E, neste sábado, a ideia foi bradar um basta nas ruas. Mas isso gera exatamente um dos pontos mais críticos da relação entre Bolsonaro e a pandemia, a constante criação de fatos políticos que tentam esconder a realidade dos fatos: multidões são o caldo ideal para que o vírus se espalhe. Essa mobilização rendeu frutos, já que pautou a imprensa e as rodas de conversas. Está longe de ampliar a crise política, mas permite avaliar que há gente disposta a sacrificar os próprios ideais sob o manto da defesa dos interesses da nação. Algo bem bolsonariano, convenhamos.

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