Voltaremos à era das coligações? Políticos de olho em Brasília; nós, neles

O mundo político está antenado, de olho em Brasília, para saber como vão ficar as regras eleitorais do próximo ano. É a partir daí que eles vão traçar suas estratégias para 2022, levando em conta uma questão principal: as coligações partidárias vão voltar ou não?
Se sim, volta tudo o que era antes. A questão do partido cai para quinto plano. Se não, aí vai ser furdunço geral. Ontem, a Câmara aprovou a volta das coligações, mas muitos apostam que no Senado, onde também deve haver duas votações, cai.
O deputado federal Félix Mendonça, presidente do PDT na Bahia, um dos poucos a votar contra (no primeiro turno foram 31 a favor, 7 contra e um ausente), diz que seria um retrocesso:
— Aprovamos a cláusula de barreira para valer agora. Nem foi aplicada e já acaba? A ideia é fortalecer os partidos. As coligações fragilizam isso.
Calo
Diz Félix que, como está hoje, com a legislação que valeu ano passado, os partidos são obrigados a pinçar na sociedade lideranças que se afinam com suas ideias. A coligação, ao contrário, permite que uma única pessoa endinheirada, por exemplo, se filie a um partido qualquer, coligue, se elege e em Brasília senta no colégio de líderes (também para barganhar com o governo) como líder dele mesmo.
Dizem em Brasília que esse é o grande calo da governança na relação com o Congresso. Mas é assim que a maioria quer. Se passar, não é apenas retrocesso, mas um monumental retrocesso.

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
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